Repórter de jornal russo condenado a três anos de prisão na Bielorrússia
23/03/2023
Um tribunal na Bielorrússia sentenciou, esta quinta-feira, um repórter que trabalha num dos jornais mais populares da Rússia a três anos de prisão, por alegados insultos ao presidente Alexander Lukashenko, reporta a Associated Press.
Hienadz Mazheyka foi condenado por um artigo que escreveu em 2021 para o Komsomolskaya Pravda, que citava um conhecido de um homem que acabou por morrer na sequência de uma rusga policial. A história ‘incomodou’ o presidente bielorrusso, que reprimiu a oposição e as crescentes críticas sobre o assunto.
O homem abatido – um trabalhador do setor das Tecnologias da Informação chamado Andrei Zeltsar – foi baleado quando agentes do KGB da Bielorrússia invadiram um edifício de apartamentos naquilo que se disse ser uma busca por terroristas. Um agente do KGB também morreu durante a operação.
A história foi rapidamente retirada do site do jornal, mas as autoridades bloquearam a plataforma. Depois disso, o jornal russo Komsomolskaya Pravda acabou mesmo por encerrar a sua operação bielorrussa.
Na sequência deste bloqueio, o repórter viajou para a Rússia, mas acabou detido em Moscovo – de onde foi remetido, novamente, para território bielorrusso.
Segundo a Associação de Jornalistas da Bielorrússia, 36 jornalistas estão detidos ou, então, a aguardar pelo julgamento atrás das grades no país. “A situação na Bielorrússia, no que toca à liberdade de expressão, é a pior da Europa, e a retaliação contra Mazheyka apenas o confirma”, explicou o líder desta associação, Andrei Bastunets.
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