Mais cinco partidos anunciam boicote às legislativas na Tunísia

19/09/2022

Saied, que monopoliza todos os poderes, promulgou quinta-feira passada um sistema de votação que reduz consideravelmente o papel dos partidos políticos que participariam nas eleições.

A nova lei eleitoral substitui o sistema de primeira votação em duas voltas pelo de listas que estava em vigor antes do golpe liderado pelo presidente Saied, em julho de 2021.

O novo Parlamento terá 161 deputados e as respetivas prerrogativas serão muito limitadas, segundo os termos da nova Constituição que o chefe de Estado aprovou em julho num referendo amplamente boicotado pela oposição.

Hoje, uma coligação de cinco partidos políticos da oposição, incluindo o Partido dos Trabalhadores e a al-Joumhouri (centro), anunciou que vai boicotar a votação.

“As eleições representam a última etapa da agenda política imposta por Saied”, declarou aos jornalistas Issam Chebbi, líder do partido centrista al-Joumhouri.

“Saied é um ditador”, atacou Hamma Hammami, líder do Partido dos Trabalhadores e feroz opositor ao regime do Presidente deposto em janeiro de 2011, Zine El Abidine Ben Ali, que viria a morrer no exílio em 2019 na Arábia Saudita.

No início deste mês, a Frente de Salvação Nacional, uma coligação de partidos da oposição, incluindo a formação de inspiração islâmica Ennahdha, já tinha anunciado que boicotaria as eleições legislativas antes mesmo da publicação da polémica nova lei eleitoral.

Após meses de bloqueios políticos, Saied suspendeu o Parlamento dominado pelo Ennahdha e demitiu o Governo a 25 de julho de 2021 para assumir plenos poderes, abalando a jovem democracia no país onde começou a onda de revoltas que ficou conhecida por Primavera Árabe, em 2011.

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