Filósofo apela ao voto contra neofascistas e Irmãos de Itália responde

Questionado hoje à noite no canal público Rai 3, poucos dias antes das eleições legislativas italianas de 25 de setembro, o filósofo francês afirmou que um “fascista que vai às urnas não se converte automaticamente num democrata”.

“Não, você nem sempre tem de respeitar os eleitores. Você sabe, quando os eleitores levam Benito Mussolini ao poder, ou Adolf Hitler, ou mesmo Vladimir Putin, essa escolha não é respeitável. A democracia é duas coisas: é o claro, mas é também o respeito de um certo número de valores e princípios fundamentais que caracterizam também a democracia”, julgou Bernard-Henri Lévy.

“No dia que Mussolini, (…) no dia em que o marechal Pétain for investido pela Assembleia Nacional, eles não se se vão tornar democratas”, observou também.

Giorgia Meloni, cuja formação pós-fascista é a favorita nas eleições de domingo à frente do Partido Democrata (PD, centro-esquerda) e que pode se tornar primeira-ministra, respondeu no Twitter.

“O serviço público convida um escritor francês — que já defendeu o terrorista comunista Cesare Battisti [condenado à prisão perpétua pela sua participação na luta armada das Brigadas Vermelhas] — para nos explicar a ideia que a esquerda tem de democracia e comparar Itália liderada aos piores regimes”, reagiu.

“Noutras palavras: se os italianos votam na FdI [Irmãos de Itália] e na Liga, não devemos respeitar a palavra deles”, acrescentou.

Bernard-Henri Lévy esclareceu que não conhecia Giorgia Meloni, mas debateu há alguns anos Matteo Salvini, líder da Liga (anti-imigração) e membro da coligação de direita e extrema-direita formada com o Irmãos de Itália e o Força Itália, de Silvio Berlusconi.

“Achei-o patético e ridículo (…), um personagem de uma fraqueza de sinal”, atentou.

A perspetiva de uma vitória de coligação da direita é “triste para Itália, berço da Europa, da ideia republicana e da ideia democrática”, observou ainda Bernard-Henri Lévy.

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